Avanço no confinamento impulsiona abate de machos jovens; demanda externa mantém equilíbrio nas cotações
O setor pecuário mato-grossense registrou um novo marco histórico em setembro de 2025. Segundo dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a participação de novilhos no total de machos abatidos atingiu o maior nível da série histórica do estado, evidenciando a força do confinamento e o avanço da terminação intensiva.
De acordo com o boletim divulgado nesta segunda-feira (6), foram abatidas 656,31 mil cabeças de bovinos, uma leve retração de 0,67% frente a agosto. Apesar da queda mensal, o volume de machos representou 55,97% do total, o maior percentual dos últimos 11 meses — o que corresponde a 367,37 mil cabeças, terceiro maior volume histórico.
Confinamento impulsiona oferta de novilhos jovens
Entre os machos abatidos, o destaque ficou para os novilhos de 12 a 24 meses, que somaram 219,78 mil cabeças, equivalente a 59,83% do total. O número representa o segundo maior volume da série histórica, reflexo direto do aumento do confinamento e da intensificação dos sistemas produtivos.
Segundo análise do Imea, “esse cenário reflete a maior presença de machos em confinamento, o que ampliou a oferta estadual e sustentou o ritmo de abates ao longo do mês”.
Exportações equilibram o mercado e estabilizam preços
Mesmo diante do avanço na oferta, os preços do boi gordo permaneceram estáveis em Mato Grosso. A sustentação das cotações é atribuída à demanda internacional aquecida, principalmente da China, que tem absorvido parte expressiva da produção local.
Para o último trimestre de 2025, o Imea projeta manutenção dos preços, embora ressalte que o elevado ritmo de abate de machos jovens possa reduzir a oferta no médio prazo, abrindo espaço para possível valorização das cotações nos próximos meses.