Setor registra oscilações nos preços do suíno vivo e da carcaça, enquanto exportações avançam em dezembro com alta superior a 45% no volume embarcado
Mercado interno apresenta preços mistos e comportamento cauteloso
A indústria de carne suína segue adotando uma postura de cautela nas negociações neste fim de ano, em linha com o comportamento sazonal do mercado. Segundo o analista Allan Maia, da Safras & Mercado, a semana foi marcada por movimentos mistos nos preços do suíno vivo e dos principais cortes no atacado — com quedas pontuais no animal vivo e ligeira valorização na carcaça.
Maia observa que a reposição entre atacado e varejo vem melhorando de forma gradual, impulsionada pela expectativa de aumento no consumo na segunda quinzena de dezembro, período tradicionalmente mais aquecido pelas festas de fim de ano. No entanto, o analista ressalta que não há espaço para altas expressivas no curto prazo.
Concorrência com o frango pressiona atratividade da carne suína
Apesar do otimismo moderado, o desempenho do mercado de frango tem limitado o avanço da carne suína. “Os cortes de frango estão enfrentando um cenário de excesso de oferta, o que reduz a competitividade dos produtos suínos”, explica Maia.
Diante desse contexto, a indústria tem preferido atuar com prudência nas compras de animais vivos, aguardando sinais mais consistentes de melhora na demanda interna antes de ajustar os preços.
Preços do suíno vivo e cortes no atacado mantêm estabilidade
O levantamento semanal da Safras & Mercado apontou estabilidade na média nacional do quilo do suíno vivo, que permaneceu em R$ 7,92.
No atacado, o pernil registrou média de R$ 13,40 por quilo, enquanto a carcaça suína ficou em R$ 12,64.
Em relação aos principais estados produtores, o cenário foi o seguinte:
- São Paulo: arroba suína subiu de R$ 166,00 para R$ 167,00;
- Rio Grande do Sul: quilo vivo estável em R$ 6,75 na integração e R$ 8,40 no interior;
- Santa Catarina: integração a R$ 6,70 e mercado interno a R$ 8,35;
- Paraná: quilo vivo estável em R$ 8,40 no mercado livre e R$ 6,90 na integração;
- Mato Grosso do Sul: cotação mantida em R$ 8,00 (Campo Grande) e R$ 6,70 na integração;
- Goiás: leve queda de R$ 8,20 para R$ 8,15;
- Minas Gerais: estabilidade em R$ 8,50 no interior e R$ 8,70 no mercado independente;
- Mato Grosso: preços firmes em R$ 8,00 (Rondonópolis) e R$ 7,20 na integração.
Exportações de carne suína crescem em ritmo acelerado em dezembro
No cenário externo, as exportações brasileiras de carne suína “in natura” apresentaram forte desempenho em dezembro. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil embarcou 32,7 mil toneladas nos primeiros cinco dias úteis do mês, gerando US$ 83,7 milhões em receita — o equivalente a uma média diária de US$ 16,7 milhões.
O preço médio do produto ficou em US$ 2.560,70 por tonelada, refletindo avanço de 47,3% no valor médio diário, alta de 45,5% no volume exportado e ganho de 1,3% no preço médio em relação a dezembro de 2024.
Fonte: Portal do Agronegócio

