A Fundação MS confirmou o primeiro caso de ferrugem asiática da safra 2025/2026 em Mato Grosso do Sul. O foco foi identificado em uma lavoura comercial de soja no município de Sete Quedas, na região Sudoeste, conforme boletim do Consórcio Antiferrugem — rede de monitoramento coordenada pela Embrapa e parceiros.
A área afetada está no estádio fenológico R5, fase inicial de enchimento dos grãos, e foi semeada na segunda quinzena de setembro. O registro acende o alerta para produtores e técnicos, já que a chegada precoce da doença costuma aumentar o risco de perdas e elevar os custos de manejo ao longo do ciclo.
Segundo o coordenador técnico da Aprosoja/MS, Gabriel Balta, as condições ambientais recentes contribuíram diretamente para o aparecimento do foco.

Doença agressiva e de rápida evolução
Causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, a ferrugem asiática é considerada uma das doenças mais severas da soja. Ela se manifesta por meio de pequenas lesões marrom-avermelhadas na face inferior das folhas. Com a evolução da infecção, surgem pontos escurecidos que se espalham pela superfície foliar, reduzindo a área fotossintética, provocando necrose e causando desfolha precoce.
Sem controle adequado, o prejuízo pode chegar a 90% da produtividade, tornando a ferrugem a principal ameaça fitossanitária da cultura no Brasil.
Manejo integrado é essencial
Especialistas reforçam que o controle eficaz exige um conjunto de práticas obrigatórias, como:
• cumprimento do vazio sanitário;
• rotação de culturas;
• semeadura dentro da janela recomendada pelo Mapa;
• uso de cultivares resistentes;
• monitoramento constante das áreas;
• aplicação criteriosa de fungicidas específicos, quando necessária.
Situação nacional e histórico recente
No país, já foram registrados oito focos nesta safra: seis no Paraná, um em São Paulo e agora o caso confirmado em Mato Grosso do Sul.
Na safra anterior (2024/2025), MS contabilizou 12 ocorrências e foi o terceiro estado com maior número de registros, atrás de Paraná (66) e Rio Grande do Sul (25). Ao todo, o Brasil teve 124 ocorrências no ciclo passado.

