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terça-feira, 14 de outubro de 2025
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China anuncia sanções a subsidiárias da Hanwha Ocean e reforça disputa global no setor naval

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Medida coincide com novas tarifas portuárias entre Pequim e Washington e evidencia a importância estratégica da indústria marítima na economia internacional

A China anunciou nesta terça-feira (14) sanções a cinco subsidiárias da Hanwha Ocean, grupo sul-coreano com operações integradas na Ásia e nos Estados Unidos. A decisão do Ministério do Comércio da China ocorre no mesmo dia em que entram em vigor novas taxas portuárias entre China e Estados Unidos, ampliando a disputa comercial em torno do setor naval e logístico global.

Segundo comunicado oficial, as restrições atingem unidades da Hanwha ligadas a contratos e investigações conduzidas por órgãos norte-americanos. A medida determina que empresas e cidadãos chineses não realizem transações ou cooperação comercial com as subsidiárias envolvidas, uma ação que, segundo Pequim, busca preservar a integridade e os interesses econômicos nacionais.

As ações da Hanwha Ocean recuaram 5,8% após o anúncio, enquanto a concorrente HD Hyundai Heavy Industries também registrou queda de 4,1%.

Indústria estratégica e cadeia global

A decisão reforça o papel da indústria naval como setor estratégico nas economias asiáticas e ocidentais. A Hanwha Ocean mantém estaleiros na Coreia do Sul, China e Estados Unidos, produzindo desde embarcações civis até módulos de uso militar. Parte dos componentes fabricados na unidade chinesa de Shandong é enviada para montagem final na Coreia do Sul, dentro de um modelo de integração produtiva global.

Em 2024, a empresa adquiriu o Philly Shipyard, nos Estados Unidos, por US$ 100 milhões, e anunciou investimento adicional de US$ 5 bilhões para expandir sua capacidade produtiva — alinhado ao plano do governo sul-coreano de apoiar o desenvolvimento do setor marítimo norte-americano.

Competição tecnológica e novas políticas comerciais

A entrada em vigor das tarifas portuárias adicionais entre China e EUA marca um novo capítulo da competição comercial entre as duas maiores economias do mundo, agora centrada no domínio tecnológico e produtivo da construção naval.

Enquanto Washington busca incentivar a produção doméstica e reduzir a dependência de fornecedores estrangeiros, Pequim tem intensificado políticas voltadas à inovação, eficiência logística e segurança de suas cadeias produtivas — pilares que sustentam o crescimento da indústria naval chinesa nas últimas duas décadas.

O governo chinês argumenta que a estabilidade e a autonomia de seu setor marítimo são fundamentais para o equilíbrio do comércio global e para a proteção de seus interesses econômicos estratégicos.

Perspectivas regionais

O Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul afirmou que acompanha o caso e buscará diálogo com autoridades chinesas para mitigar impactos sobre empresas nacionais. Especialistas apontam que a medida deve gerar ajustes pontuais nas cadeias produtivas asiáticas, mas não altera o cenário de longo prazo, em que a China se mantém como um dos principais polos mundiais da construção naval.

Com forte presença tecnológica e capacidade produtiva crescente, o país consolidou sua posição como líder global na fabricação de embarcações e na exportação de equipamentos marítimos, desempenhando papel central na nova configuração da economia internacional.

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