Milho lidera crescimento da produção de grãos no país
O Brasil deve alcançar 333,3 milhões de toneladas de grãos em 2025, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do IBGE, registrando um crescimento de 13,9% em relação a 2024. O milho se destaca como protagonista, especialmente na segunda safra, contribuindo para o abastecimento nacional e internacional, impactando diretamente a economia e a segurança alimentar.
Nesse contexto, investimentos em melhoramento genético são fundamentais para garantir produtividade, estabilidade e eficiência nas lavouras brasileiras.
Do laboratório à lavoura: o caminho do melhoramento genético
Por trás de cada grão existe um processo científico que envolve anos de pesquisa, testes e cruzamentos genéticos rigorosos. O desenvolvimento de novos híbridos começa em laboratórios de genética, onde os pesquisadores analisam o DNA da planta para identificar características como produtividade, resistência a doenças e tolerância a seca e calor.
Cristian Rafael Brzezinski, Global Corn Research Manager da GDM, explica:
“Exploramos milhares de linhagens genéticas para desenvolver híbridos superiores, adaptados às diversas condições do campo brasileiro.”
Após a seleção genética inicial, os especialistas cruzam linhagens com características complementares — como resistência a enfezamento e maior peso de grãos — e testam as novas gerações em diferentes solos, climas e regiões, buscando estabilidade e adaptação produtiva.
Biotecnologia e edição gênica aceleram resultados
O avanço da biotecnologia acrescentou novas ferramentas ao melhoramento genético. Entre elas, eventos transgênicos aprovados, como o gene Bt, que confere tolerância a pragas, são integrados de forma segura, seguindo padrões rigorosos de segurança ambiental e alimentar.
Além disso, técnicas de edição gênica, como o CRISPR-Cas9, permitem modificar genes da própria planta com precisão, desenvolvendo híbridos mais resistentes a doenças sem inserir DNA externo. Essa abordagem acelera o processo e facilita a aceitação regulatória em mercados que exigem alternativas não transgênicas.
Validação científica garante confiabilidade ao agricultor
Antes de chegar às lavouras, cada híbrido passa por testes rigorosos em condições semelhantes às do campo, incluindo ensaios de Valor de Cultivo e Uso (VCU) exigidos pelo Ministério da Agricultura. Esses testes avaliam produtividade, sanidade e estabilidade em diferentes regiões, garantindo que a semente entregue ao agricultor tenha alta performance e confiabilidade.
Andre Gradowski de Figueiredo, Development Corn Manager da GDM, reforça:
“Somente após validação científica e regulatória a produção comercial começa, assegurando resultado consistente para o produtor.”
Genética como ponte entre ciência e produtividade
Para o agricultor, todo o processo pode parecer invisível, mas ele se reflete em previsibilidade da colheita, resistência às adversidades climáticas e segurança no investimento.
O melhoramento genético atua como uma ponte entre a pesquisa de excelência e os desafios reais do campo, permitindo produzir mais com menos, de forma sustentável e eficiente, contribuindo para a alimentação do país, geração de empregos e fortalecimento da economia nacional.
Fonte: Portal do Agronegócio