Mercado interno pressionado pela oferta e consumo retraído, enquanto embarques de carne bovina seguem aquecidos no mercado internacional
O mercado brasileiro de boi gordo encerrou setembro em queda, pressionado pela maior oferta de animais de parceria e pelo alongamento das escalas de abate nos frigoríficos. De acordo com levantamento da Safras & Mercado, as indústrias operam com programações entre 8 e 9 dias úteis, garantindo maior previsibilidade no ritmo de abates.
Segundo o analista Fernando Iglesias, a pressão baixista deve perder força nos próximos meses. “O último bimestre tende a trazer recuperação moderada para a arroba, sustentada pelo aumento sazonal da demanda”, projeta.
Cotações regionais da arroba (30/09)
- São Paulo (Capital): R$ 300,00 (-4,76% frente a agosto)
- Goiás (Goiânia): R$ 290,00 (-6,45%)
- Minas Gerais (Uberaba): R$ 290,00 (-4,92%)
- Mato Grosso do Sul (Dourados): R$ 320,00 (+1,59%)
- Mato Grosso (Cuiabá): R$ 295,00 (-6,35%)
- Rondônia (Vilhena): R$ 273,00 (-4,21%)
Entre as principais praças, apenas Dourados (MS) registrou alta no período, destoando da tendência de retração nacional.
Consumo interno em baixa
No atacado, setembro foi marcado por vendas lentas e forte concorrência da carne de frango, pressionando a saída da proteína bovina.
- Quarto traseiro: R$ 23,00/kg (+0,44%)
- Quarto dianteiro: R$ 17,00/kg (-6,85%)
Exportações em ritmo acelerado
Em contrapartida, as exportações de carne bovina seguem como ponto de sustentação para o setor. Segundo dados da Secex, o Brasil embarcou em setembro 294,7 mil toneladas de carne bovina (fresca, congelada ou refrigerada), com receita de US$ 1,654 bilhão.
O resultado representou médias diárias de:
- US$ 82,7 milhões (+52,9% vs. 2024)
- 14,7 mil toneladas (+23,6%)
- Preço médio: US$ 5.613,20/tonelada (+24,4%)
O bom desempenho externo, especialmente para mercados da Ásia, mantém a exp