19/05/2015 10h17 – Atualizado em 19/05/2015 10h17
Presidente do Sindicato Rural de Dourados afirma que o campo sustenta a economia do país e que, mesmo assim, não recebe contrapartida do governo federal
O presidente do Sindicato Rural de Dourados, Lucio Damalia, foi enfático na manhã de sábado, ao discursar na solenidade de abertura oficial da 51ª Expoagro, em apontar a força do agronegócio. “Estamos diante do nosso primeiro grande desafio a frente do Sindicato Rural de Dourados, que é a realização da 51ª Expoagro, uma feira que tem a missão de mostrar a força do agronegócio mesmo em tempos de crise e, ainda assim, proporcionar opção de lazer, cultura e difusão de tecnologia para a Grande Dourados”, ressatou. “Entendo que mostrar a força do agronegócio será ainda mais fácil que superar os desafios impostos por uma feira desse porte, que envolve tanta logística, movimenta a economia e difunde tecnologia para nossos produtores rurais”, completou.
Damalia enfatizou que mesmo em tempos de crise o agronegócio vai bem. “As últimas estimativas apontam para uma safra nacional recorde de 201 milhões de toneladas contra 192 milhões de toneladas colhidas em 2014, com uma área plantada de 57,5 milhões de hectares, contra 56,4 milhões de hectares cultivados no ano passado”, afirmou. “Esses números mostram que o agronegócio desconhece a palavra crise, ou seja, enquanto todos os demais setores da economia apresentam retração, cortam investimentos, recuam na produção e demitem, o agronegócio enxerga na crise econômica uma possibilidade de continuar crescendo para alimentar o Brasil e o mundo”, argumentou.
Ele lembrou que somente a Região Centro-Oeste responde por mais de 40% das 201 milhões de toneladas que sairão do campo nesta safra, de forma que mais de 81 milhões de toneladas serão produzidas nas terras do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás. “Não tenho medo em afirmar que o Agronegócio é a salvação não apenas dos governos municipais e estaduais, mas, sobretudo do governo federal que encontra no campo o superávit da Balança Comercial tão necessário para manter a estabilidade econômica do nosso país”, enfatizou Damalia.
Segundo ele, é comum alguém afirmar que o governo federal foi bom para o agronegócio nos últimos 12 anos. “Não concordo! O agronegócio é que foi bom para o governo federal, pois mesmo com a pesada carga tributária; com os custos de produção nas alturas; com fatores sazonais como estiagem ou chuva em excesso; com falta de estrutura para escoamento da produção; com instabilidade jurídica no campo e com o pesado custo-Brasil, nosso setor continua sustentando as finanças públicas”, ressaltou. “O governo federal pode até fazer propaganda de ter sido bom para o agronegócio brasileiro, mas a grande verdade é que o agronegócio tem sido excelente para o governo federal e quanto a isso não existe dúvida”, desabafou.
De acordo com Damália a dúvida existe em saber até que ponto esse mesmo governo federal reconhece a importância do agronegócio para a economia e para a estabilidade do próprio governo. “Se tivesse um pouco de preocupação com esse setor tão importante para o país, o governo federal já teria se empenhado em acabar com essa indústria de invasão de terras particulares; com essa violação ao direito de propriedade; com essa insegurança jurídica que penaliza o produtor e afasta investimentos”, completou.
Foto: Hédio Fazan
Fonte: Gazeta do Campo


