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Dia da árvore: cultivo aumenta ganho do produtor rural

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22/09/2016 11h04 – Atualizado em 22/09/2016 11h04

O sistema de Integração Lavoura Pecuária e Floresta (ILPF) promove a inserção de árvore na propriedade rural, gerando renda e benefícios para o meio ambiente. Hoje (21/09) é comemorado o Dia da Árvore, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil e as federações da agricultura e pecuária dos estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e Minas Gerais entrevistaram produtores rurais que utilizam o sistema em suas propriedades.

Estratégia de produção sustentável, integrando atividades agrícolas, pecuárias e florestais, realizadas na mesma área, este é o conceito da ILPF. No sistema, o cultivo é realizado de forma consorciada, em sucessão ou rotacionado, buscando efeitos simultâneos entre os componentes do agroecossistema, contemplando a adequação ambiental, a valorização do homem e a viabilidade econômica.

Veja abaixo o depoimento de produtores em entrevista à Famato sobre o ILPF:

Como começou sua trajetória dentro da silvicultura?

Moacir Reis – Há quinze anos começamos a trabalhar com florestas plantadas, ao mesmo tempo em que iniciamos na pecuária. Entretanto, até então, as florestas eram cultivadas em locais separados da pecuária. A partir de 2006, começamos a investir no sistema silvipastoril, que é a integração da floresta com a pecuária. Gostamos, achamos interessante e começamos a intensificar as áreas. No início, cultivamos em apenas 300 hectares, com vários espaçamentos. Com o tempo, iniciamos, junto com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), um trabalho mais embasado. Ainda, naquele ano, fizemos o primeiro dia de campo direcionado a este tema. Posso assegurar que estamos aprendendo junto com as entidades de pesquisa. Os resultados já são muito positivos. Conseguimos sair da zona de risco.

Os benefícios ultrapassam a esfera econômica?

Moacir Reis – Isso mesmo. Tem a questão do meio ambiente. Quando você integra culturas e florestas na mesma área de manejo, o resultado é gratificante. O animal se sente muito mais à vontade debaixo de uma sombra do que no sol quente, refletindo assim, no ganho de peso. Em breve, junto com a Embrapa, lançaremos um selo: Carne Carbono Neutro, considerando que os gases emitidos pelo bovino são sequestrados pelas árvores plantadas. É um balanço muito positivo. É um incentivo e tanto para a cadeia produtiva.

Leia agora o depoimento de Ana Beatriz Ribeiro concedido à FAEP:

Fale um pouco de sua história com a ILPF?

Ana Beatriz Ribeiro – Trabalhamos com pecuária há mais de 30 anos, focando no sistema de criação de animais numa região onde o calor é intenso e os períodos de estiagem são constantes. A escolha de trabalhar no sistema de Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF), no nosso caso Integração Pecuária Floresta (IPF), veio a partir de dados e exemplos do funcionamento do sistema em outras propriedades. Acredito que poderemos obter um melhor aproveitamento das pastagens, melhor qualidade no nosso produto final que são os bezerros e obter lucratividade. Estamos implantando o sistema há dois anos, numa área de 100 hectares destinada à pecuária. Fizemos o caminho inverso. Tínhamos os piquetes e praças de alimentação prontos, faltando somente o plantio dos eucaliptos nas curvas. Foi trabalhoso, mas conseguimos implantar o sistema em praticamente 75% da área destinada à pecuária. Trabalhamos com cana-de-açúcar, pecuária, grãos e eucalipto na propriedade. O eucalipto entra como mais uma possibilidade de renda, além de melhorar o microclima, ajustar ambientalmente a fazenda e colaborar para que a pecuária seja mais lucrativa. Ainda estamos no início do projeto, mas acredito que só temos a ganhar. É um investimento em longo prazo, trabalhoso para implantar e tem que ser bem feito, mas acredito que só teremos a ganhar futuramente.

Como é feito o manejo?

Ana Beatriz Ribeiro – Como o espaço escolhido para trabalhar o sistema é uma área fixa para pecuária e, previamente já era piqueteada e separada por cercas e praças de alimentação, foram feitos ajustes nas curvas de nível e plantamos eucaliptos dispostos em zig zag. Nas divisas de cercas, plantamos em fila simples e nas praças, em fila dupla. Antes do plantio, fizemos o controle de formigas cortadeiras em toda área e correção de solo nas curvas. O plantio foi feito com matracas (ferramenta utilizada para o plantio) e usamos hidrogel, pois é uma região mais seca e quente com períodos de estiagem grandes. Após o plantio, foi feita uma adubação próxima de cada muda e acompanhamos o desenvolvimento e crescimento das árvores para poder agir pontualmente na presença de alguma praga ou planta invasora. Há dois meses executamos a primeira poda e o desenvolvimento dos eucaliptos tem sido acima do esperado.

Fonte: Famato

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